No dia 9 de novembro, às 16h, a FNAC do Chiado em Lisboa transformou-se num ponto de encontro para fãs de Sailor Moon.
Foi um mix de nostalgia, alegria e celebração da chegada do manga Pretty Guardian Sailor Moon às livrarias portuguesas, com fãs, manga fresquinho e presença de cosplay de alto nível. A convite da Distrito Manga, as cosplayers Glin e Miss Bakemono estiveram presentes no evento, trazendo não só charme e visuais fiéis, mas também sua bagagem de competência e paixão pelo cosplay.
Glin é conhecida por cosplays nostálgicos e mágicos, com forte presença de palco: representou Portugal em competições internacionais, incluindo o World Cosplay Summit (WCS). Miss Bakemono tem vasta experiência desde 2014, tanto em criação de cosplay quanto em performance e já participou de diversos concursos nacionais e internacionais.



Ambas têm reputação de elevar o cosplay a algo mais do que fantasia: é arte, tributo e envolvimento com a cultura pop, o ideal para um evento tão simbólico. Para elas, o cosplay representa expressão criativa, comunidade e identidade. Miss Bakemono já declarou ver cosplay como uma “mídia narrativa”, unindo fotografia, performance e tributo às personagens que amam.
SMpt: Como foi a vossa introdução à cultura japonesa e ao anime? O que mais apreciam naquela cultura?
Glin: Diria que a Sailor Moon foi a minha introdução ao anime pois lembro-me de ser bem pequenina e ver na televisão. Adoro o quão diversas são as histórias e a estética dos artistas que criam manga e anime.
Miss Bakemono: Embora tenha tido contactos ocasionais durante a minha infância e adolescência, só por volta dos 25 anos comecei a consumir conscientemente cultura pop Japonesa, focando-me na manga e no anime. O que mais me cativou e ainda fascina hoje em dia é a complexidade humana das personagens e narrativas Japonesas, com histórias e estéticas muito ricas.
Quando é que começaram a se interessar mais especificamente pelo cosplay? Quais foram as vossas maiores referências?
Sempre gostei de fazer roupa e me disfarçar (gostava mais do carnaval do que do natal ahahah) então quando descobri o que era o cosplay através duma colega da escola, apaixonei-me. Não tenho nenhuma referência em específico, simplesmente gosto de fazer personagens com quem sinto conexão emocional.
Descobri o cosplay em 2013, passado um ano estava a criar o meu primeiro fato e a participar na primeira competição. A partir daí… Fui-me apaixonando por todas as facetas deste mundo, desde o lado mais desafiante do crafting (principalmente costura, caracterização, ou construção de adereços), até a tudo o que implica subir ao palco em concursos, passando pela fotografia e videografia. Como já tinha alguma experiência em arte performativa, creio que fui buscar muitas influências a essa esfera.
Quais são os maiores desafios e especificidades em ser uma cosplayer?
No meu caso o maior desafio é mesmo “fazer” tempo para tudo! Eu crio fatos para outras pessoas, faço cosplays para mim e também crio conteúdo online: às vezes é difícil ter tempo para tudo.
Os maiores desafios da minha experiência enquanto cosplayer passam por equilibrar o tempo e a criatividade, uma vez que cada projecto costuma implicar pesquisa, aprendizagem de técnicas e longas horas de trabalho. Nem sempre isto é facilmente conciliável com outras responsabilidades, claro.
No entanto, estes processos criativos são também muito recompensadores e cada etapa vai trazendo um sentido diferente de realização. Para além disto, chegar ao resultado final, finalmente vestir a personagem e partilhá-la com a comunidade, é algo muito especial.
Sabemos que já ganharam alguns prémios em importantes eventos! Houve alguma experiência favorita ou alguma curiosidade que queiram partilhar sobre essas ocasiões?
Até agora a coisa que me deixou mais feliz foi ver os nossos amigos fazerem uma “corrente de apoio” com pequenos vídeos durante dias antes do WCS [World Cosplay Summit]. Chorei quase todos os dias de felicidade, e o apoio deles fez toda a diferença, tanto que conseguimos trazer um prémio para Portugal 💕
As vitórias são importantes e gratificantes, mas o que mais guardo das competições são contextos, detalhes e pessoas. Recordo, por exemplo, a cadeia de apoio que uma amiga organizou quando fui representar Portugal ao World Cosplay Summit no Japão, com a Glin, onde convidou outros cosplayers nacionais para nos deixarem mensagens de incentivo. Todos os dias, durante mais de duas semanas, partilhavam um vídeo de apoio, e eu ia ficando cada vez mais lamechas. 🙂
Têm cosplays de Sailor Moon e temos de admitir que é impressionante. Todo o vosso trabalho publicado, aliás. Como é que Sailor Moon vos influenciou a fazerem o que fazem hoje? Que memórias guardas da série e que ensinamentos guardam desse mundo?
Muito obrigada 💕 Acima de tudo, a Usagi ensinou-me a aceitar as minhas emoções, e a não ter vergonha/medo de ser emotiva, apaixonada e hyper feminina. E talvez o meu amor pelo brilho e cor tenha começado com Sailor Moon também… 😅
Obrigada! 🙂
Uma das memórias mais marcantes remete para quando via os episódios do anime na televisão, quando era miúda, encantada pelas transformações das navegantes. Lembro-me muito bem de ir buscar um pendente de latão em forma de lua que tinha guardado nos meus tesouros e de o prender na cabeça. Tentava imitar a Sailor Moon, fazer os mesmos movimentos. Talvez tenha começado aqui o meu interesse pela transformação e metamorfose…
Vimos que apareceram oficialmente num evento da Distrito Manga sobre o lançamento do primeiro volume da manga em português europeu. Como surgiu a ideia?
Recebi o convite e fiquei super feliz por poder fazer parte deste lindo momento 💖
O convite surgiu através de um amigo que colabora com a Distrito Manga e que se lembrou de mim e da Glin pelos nossos cosplays de Nehelenia e Usagi. A proposta era contribuirmos para tornar o evento ainda mais especial, ajudando na apresentação e dinamização da iniciativa.



Podes descrever-nos um pouco como foi o evento e que surpresas houve?
Foi super divertido! Tivemos direito a conversas interessantíssimas, concurso de cosplay e prémios mágicos, e eu ainda tive a oportunidade de fazer algumas maquiagens fofinhas a alguns dos visitantes.
O evento foi muito intimista e acabou por ser um ponto de encontro para fãs de Sailor Moon, bem como uma apresentação para os mais curiosos. Para além de uma breve conversa com a Catarina Araújo (editora da Distrito Manga) tivémos também um mini desfile de cosplay com entrega de prémios, vimos cenas icónicas do anime, e terminámos com um pequeno snack delicioso… (aposto que têm fotos disto)
Compraste o primeiro volume da manga? O que achaste dos materiais e da tradução caso já tenhas lido.
Ainda não tive oportunidade de ler, mas ele já está lindinho na minha prateleira, ao lado da edição que trouxe do Japão ✨
Na verdade, recentemente decidi reler a manga em Inglês enquanto estava a fazer o fato da Nehelenia, portanto ainda não tinha comprado o primeiro volume. Agora já o tenho e adoro a edição! Curiosa para ver o trabalho que fizeram com a tradução para Português!



O que vem a seguir de projetos e aparições para vocês?
Bem, no que diz respeito a eventos, vou no próximo mês ao Salon Del Manga Barcelona como convidada, e já tenho alguns fatos novos para vos mostrar em breve! Fiquem atentos às minhas redes para ver o que vem aí! @glindesign
Estou neste momento a trabalhar em vários projectos diferentes, alguns deles a solo, outros com amigas. O meu foco principal no momento passa por homenagear personagens e ficções que admiro, e pretendo regressar aos palcos muito em breve. Stay tuned! 😉 @missbakemono
