Sonhos ameaçados

por Patrakas

 

 


 

Capítulo 1
 

 

Estava uma noite calma em Tokyo… corria uma brisa suave como aquelas dos verões de antigamente. O céu estava resplandecente com milhares de estrelas a brilhar de forma suave... e a lua, grande, imponente e espetacular, iluminava o rosto dos apaixonados que passeavam e trocavam carinhos no parque.

Perto dali, numa casa de um pacato bairro, dormia uma jovem de cabelos longos e feições calmas e suaves, perto dela, uma gatinha preta com um quarto crescente dourado na testa,dormitava também...

Isto poderia parecer um quadro calmo, no entanto tinha tudo menos de calmo, pois a rapariga estava a dormir de uma forma completamente doida, com uma perna para um lado, um braço para outro e a outra perna em cima da pobre gatinha, que estava tão calejada de dormir assim e já nem ligava.

De repente, a calmaria é quebrada, o chão começou a fugir dos pés daqueles que ainda estavam acordados, e os que estavam a dormir, começaram a ser abalados nas suas camas. Um tremor de terra começara calmo, no entanto a sua força estava a aumentar cada vez mais. Este não era um tremor de terra qualquer, pelo menos foi isso que a gata pressentiu.

- Bunny acorda!!! Um tremor de terra, proteje-te! – disse-lhe com o pelo completamente eriçado.

- É só mais uma fatia de chocolate, depois prometo que faço dieta – murmurou ainda meia a dormir.

- Bunny!!! – e saltou-lhe para cima da cabeça, como tantas vezes costumava fazer para acordar a jovem quando esta se recusava a acordar para ir às aulas.

- AIII! O que é que te deu Luna?! AAAAAAARGH TERRAMOTOOOOO!!! – finalmente apercebendo-se do que se passava, correu para a ombreira da porta a proteger-se.

Enquanto isto acontecia, no parque a terra começara a levantar, como se um vulcão se fosse ali formar. Súbitamente a terra sossegou... um silêncio enorme cobria a cidade, no entanto, uma violenta explosão retoma o abalo da terra. Chamas começaram a bailar e a beijar o chão, um beijo mortal que matava todas as flores, árvores e relva que apanhava pela frente. As pessoas que estavam no parque começaram a fugir, gritando em pânico com aquilo que se estava a passar. Uma das jovens que estava a fugir com o namorado caiu, e enquanto ele a ajudava a levantar, a sombra de uma mulher aparece à frente deles.

De repente tudo parou, o chão já não tremia, e as chamas que consumiam o parque desapareceram completamente, deixando apenas o estrago na flora como marca do que tinha acontecido, e as pessoas que não conseguiram fugir estavam como que congeladas, os seus olhos estavam vazios, baços, e as suas caras mostravam puro terror por causa de tudo o que tinha acontecido... Uma gargalhada maléfica quebrou o silêncio que mais uma vez tinha tomado conta da cidade e uma voz fria, sem sentimentos a não ser os de sede de vingaça fez-se sentir.

- Eu vou destruir-te, vou tirar-te tudo aquilo que mais amas...um a um, o teu mundo vai desmoronar-se, e desta vez não me vais conseguir parar...não vais!
 
-------------------------------------------------------------------------

 

Porque é que és tão má comigo Ritaaaa?! – choramingava... ou melhor, berrava a loirinha com os cabelos apanhados de uma forma estranha, que na noite anterior, enquanto dormia, parecia ser uma pessoa tão calma, serena e sensata... lá está, nunca se deve julgar um livro pela sua capa não é verdade?

- Tu é que volta e meia dizes que estás mais gorda menina Bunny Tsukino... eu só concordei contigo, e se continuas a comer dessa maneira vais ficar pior do que imaginas! – raros eram os dias em que a jovem morena de cabelos longos e personalidade... ardente, dava descanso a Bunny (e vice-versa), pois estas duas andavam praticamente sempre em picardias uma com a outra, no entanto é como se diz, quanto mais me bates, mais gosto de ti...

- Vá lá meninas tenham calma, em vez de se preocuparem com essas coisas já começaram a pensar em estudar para os exames? – para não variar, era a calma, envergonhada e super inteligente Ami que tentava acalmar os ânimos, se bem que a forma como o fazia nem a todos agradava...

- Aaaaaahhh...ó Ami com o calor que está como é que tu queres que os nossos cérebros pensem noutra coisa senão em praia, gelados e amores de verão?! – pois... era sempre a mesma conversa para esta loirita com o sonho de ser famosa... arranjar um amor de verão... de outono... de inverno...

- Bem... eu acho que hoje pelo menos podiamos ter uma tarde descansada, não fazer nada e... apreciar as vistas... – disse Maria, a jovem forte mas com coração de ouro e mãos de artista no que tocava a culinária, que começava a ficar com os olhos em formato de coração palpitante à medida que o rapaz loiro e alto (que trabalhava no salão de jogos onde elas estavam) se aproximava.

- Olá meninas, tudo bem?

- Olá Mário – responderam quase como se tivessem sido ensaiadas para dizer aquilo em coro.

- Então já viram o que aconteceu no parque?

- Eu passei por lá há pouco tempo e vi aquilo super queimado nalgumas áreas, será que foi um incêndio ou algo do género por causa do tremor de terra? – disse Ami, que tinha passado por lá quando saia das suas aulas extra.

- Fogo?! Onde?!

- Tá calada Bunny, andas sempre no mundo dos doces, nunca sabes o que se passa à tua volta. Eu até nem me admirava se não tivesses sentido a terra a tremer ontem à noite!

- Por acaso notei sim! A Luna saltou-me para cima da cabeça e eu acordei... – disse, ficando cada vez mais envergonhada a cada palavra... será que a Rita tinha razão? Se a Luna não a tivesse acordado, será que dava conta do terramoto?

- Bem, a minha colega disse que se passou algo de muito estranho. Acho que enquanto ela, o namorado e outros casais que estavam no parque foram atacados por uma mulher que saiu do chão... eles conseguiram fugir tempo, mas acho que outros casais não tiveram tanta sorte e acabaram po ir parar ao hospital, mas não reagem a nada, é como se estivessem mortos.

- Uma mulher a sair do chão Joana? Não achas isso um bocado improvável?! – perguntou ele, que naturalmente pensava que a rapariga estava a ficar doida de vez.

- Claro que é! Hahahaha, Joana estás doida! – disse Maria um pouco nervosa, tentando que a amiga não continuasse a falar sobre o assunto.

- Olá meninas! – disse uma voz fina, no entanto confiante, que vinha de uma senhora alta, esbelta e de cabelos longos e escuros, que estava acompanhada de duas pequenas. Uma delas com o cabelo cor de rosa e apanhado de uma forma estranha como o da Bunny, vinha a comer um gelado de chocolate a outra, que era da mesma altura, tinha o cabelo escuro com uma franjinha e pelos ombros, vinha a comer um gelado de baunilha, ambas super contentes.

- Susana, Octavia, Chibiusa suas traidoras! Foram comer gelados sem miiiiiim?!

- Lá vamos nós outra vez...

- Ainda bem que as encontramos... bem, vocês sabem que está na altura de eu, a Octavia, a Mariana e a Haruka voltarmos para onde pertencemos...

- Vocês pertencem é aqui ao nosso lado!

- Como eu estava a dizer... voltarmos para onde pertencemos, e voces sabem bem sobre o que estou a falar, no entanto não queriamos ir embora sem nos despedirmos como deve de ser. Por isso queria convidar-vos a todas para virem até minha casa para fazermos uma pequena despedida.

- Não há nada que possamos fazer para voces ficarem conosco?

- Não... sabes bem que isso não é possivel, o dever chama e o tempo está a passar.

- Bem, assim sendo, eu vou ja para casa preparar uns petiscos bem bons para voces levarem para a viagem.

- Podias fazer também para comermos enquanto nos despedimos...

- BUNNY!

- Ok ok ok desculpem...

Todas sorriram, apesar de tentarem “puxar-lhe as orelhas”.
Ficara então combinada aquela pequena reunião que não iria ser um adeus, mas sim um até breve.

 
-------------------------------------------------------------------------

 

A tarde, como tantas outras no dia a dia, passou a correr, e depressa se começou a por o sol e a nascer a lua que não deixava o mundo cair na escuridão à noite. No jardim da casa onde se iria passar a tal reunião, estava uma jovem encostada a uma das árvores, a sentir o vento de olhos fechados, perdida nos seus pensamentos.

- Não penses tanto, faz-te mal, e eu não quero que fiques mal seja pelo que for – disse uma jovem de cabelos ondulantes, que tinha vestido uma saia cor do mar e uma blusa cor do céu.

- Sabes bem que vir para aqui falar com o vento me acalma Mariana. E nesta altura, preciso de ter calma, pois não me apetecia muito deixar tudo isto para trás.

- E tu sabes muito bem que temos que a obrigação de proteger o sistema solar Haruka... por falar nisso, tenho-me sentido inquieta... e está uma agitação qualquer a aparecer no meu espelho.

- A sério? Porque é que so me estás a falar nisso agora? Já apareceu há muito? Tens alguma ideia do que possa ser?

- Hihihih... tem calma, é só uma agitação, não deve ser nada, agora vamos para dentro que elas já devem estar quase a chegar.

- Eu acho que vocês não vao a lugar nenhum...

- Hum? Quem está aí?! Aparece!

- Hahahahaha...muito tens tu a mania de que és má... mas eu vou provar-te que nem tu, nem a tua amiguinha são indestrutiveis... e depois de vos apanhar a todas, vou destruir aquela a quem voces tanto adoram!

Do nada, um frio enorme atacou a cidade, nuvens que nem sequer estavam no céu apareceram, e consigo trouxeram chuva intensa e trovoada barulhenta e luminosa.

- Uranus Planet Power

- Neptune Planet Power

- MAKE UP!

- Aparece!

- Vamos, mostra-te!

- Cobarde… vens a nossa casa ameaçar-nos e provocar-nos, e depois nem te dignas a mostrar-te...

- Urano!

Gotas da chuva que caiam violentamente, estavam agora a agrupar-se de forma rápida... a principio não se percebia bem o que era, mas à medida que mais gotas se juntavam melhor se percebia a forma que estavam a tomar... uma forma feminina, de cabelos longos e para espanto das duas navegantes, uma forma feminina de cabelos longos E... apanhados como os da sua princesa.

- Vais-te arrepender sua insolente... não me devias ter ofendido! Muahahahaha...

Após estas palavras, um relâmpago ilumina a noite que se tornara escura, e permitiu as duas navegantes verem que não era só uma figura que se tinha formado, mas sim muitas. A face destas figuras não se percebia muito bem, no entanto algo que era visível e não deixava margem para dúvidas, eram os seus ares maquiavélicos, como se nada mais conhecessem a não ser a pura maldade.

Sem aviso todas as mulheres de água atacaram ao mesmo tempo as duas guerreiras, as suas unhas que se tinham transformado em gelo, pareciam facas bastante afiadas, pois uma delas raspou o fato de Urano quando esta se tentou esquivar e deixou um grande rasgo na zona do tronco.

- Bolas mas de onde é que sairam tantas monstras de uma só vez?!

- Preocupa-te é em perceber qual o ponto fraco delas para as podermos destruir, senão por este andar não duramos muito mais!

- Mandala Ardente!

- Como se atrevem a estragar uma noite que ia ser repleta de doces e gargalhadas de pessoas amigas?!

- Pronto...tinha que meter a goluseima pelo meio...

- Eu sou a Navegante que luta pelo amor e pela justiça... Navegante da Lua... e em nome da luAAAAAAAAAAAAI!!!

A Navegante da Lua nem tempo de acabar o seu discurso teve, pois um enorme trovão, seguido de mais uma investida de ataques das mulheres não lhe deu o tempo que precisava. Enquanto a chuva teimava em cair, cada vez parecia que apareciam mais mulheres, e estas estavam cada vez mais fortes e a dar umas grandes dores de cabeça a todas as Navegantes, que agora estavam a dar apoio umas às outras.

Uma das mulheres de água conseguiu mesmo arremessar a Navegante de Jupiter uns bons metros de onde estavam a lutar. Duas delas andavam a perseguir a navegante de Marte, que mesmo assim era a que melhor se conseguia defender graças a poder controlar o fogo como se de um brinquedo se tratasse.

- Já chega de brincadeiras... vamos, acabem com elas como vos foi ordenado! – falou mais uma vez a voz misteriosa que Haruka e Mariana tinham ouvido no jardim da sua casa.

De repente 6 mulheres de água vão direitas a Urano e a Neptuno, 3 delas agarraram a Neptuno pelos braços e atiraram-na para dentro de uma pequena piscina que se estava a formar de tanta chuva que já tinha caído.

- NEPTUNO! – distraída, Urano foi também agarrada pelas outras 3, e foi também puxada pelas pernas até à pequena piscina.

Um riso maléfico ecou com o som de um trovão que caiu naquele momento, e a chuva que caiu com tanta força começou a desaparecer, assim como as nuvens, e as mulheres de água.

- Urano! Neptuno! – a Navegante da Lua correu desesperadamente para a poça onde tinha visto as amigas a desaparecer, assim que a mulher de água que a segurava se desfez, e desesperadamente, como se tentasse as resgatar de um poço muito fundo começou a tentar “escavar” piscina adentro, no entanto de nada lhe serviu... pois não estava lá ninguem.

-
Vai ser isto que tu vais ter que suportar até eu estar satisfeita... vou fazer-te sofrer, vou tirar-te aquilo que mais amas um por um, até não te sobrar nada nem ninguem... vais arrepender-te de tudo aquilo que me fizeste Navegante da Lua!
 


© Os textos são propriedade dos autores e qualquer reprodução destes deve ser consentida por eles, para tal, basta carregar no nome dos autores que se encontra depois do título da fic.